9/13/2012

Coincidência

Decidi dar um salto aqui no blog e ver os rascunhos. Descobri um texto da passagem de ano de 2007 para 2008 e decidi publicá-lo. Não sei porquê, estava em rascunho.

É especialmente giro para mim, caro único leitor deste blogue (umas vezes escrevo de uma maneira, outras doutra - é porque me apetece), porque é um texto sobre a viagem que me fez escolher o destino de Erasmus! E embora na altura não tivesse um grande mapa de Paris na cabeça, agora vejo do que estava a falar! Por muito mau que seja o mapa de Paris que tenho na cabeça.

Tenho só dois erros a corrigir: a estação ao lado do Musée D'Orsay não é de metro, acho eu, é de RER que é mais tipo comboio. Linha amarela, se não m'engano.

Pointiisme em Português, descobri hoje por coincidência - daí o título deste post! Eu realmente não deixo nada em aberto, salvo seja - é Pontilhismo (li na Super Interessante). Os pontilhistas achavam que as cores tinham relações matemáticas (havia de ser relações qué, entre as cores - já dizia uma amiga minha) como as notas de música! Ganda ideia!

Bem, uma braço.

Bónánê

Que é como lá na France a gente desíamos às pessoas.


Estive com a minha irmã, cunhado e um amigo (deles) em Paris, numa casa empresatada por um senhor extremamente generoso, que com a sua ausência nos fez sentir completamente À-vontade em casa dele. Por sorte conseguimos não partir nada, nem deixar lá nada que ele não quisesse, nem trazer nada que ele não quisesse que nós levássemos (embora esta última tenha, provavelmente, a ver com uma questão de gosto).


Paris é espectacula, eu, pelo menos acho. E os 55.000.000 de italianos, 859.000.000 de asiáticos e a família etno que não prava de empurrar na bicha para o Space Mountain também me parece terem gostado.


Passear por Paris é giríssimo, mas sai caro e o café não é gande coisa. De resto, acho que é das melhores coisas para fazer numas férias. Portanto, levar um termos com café de cá e ganhar muito bem transformam Paris na melhor cidade que, pelo que eu conheço, se pode visitar.


Há também, na altura do fim do ano, o roblema das bichas, ou filas, para os mais correctos, mas Paris tem o problema das bichas nos dois sentidos, portanto dá mais jeito dizer assim. Mas depois de passar um dia na Disney, as bichas (filas) tornam-se quase rotina e deixam e incomodar. Quanto às outras bichas, paciência, mas também ninguém me apalpou.


Se alguém fr a Paris, tem de ir a Montmartre e descer do Sacré-Coeur até ao pé do Moulin Rouge, passar pela ópera e fazer umas compras na place Vendôme, que é um espanto. Depois, pode tentar almoçar por aí - o nosso esquema da sandezinha de coiratos foi do melhor para não precisarmos de parar e gastar 5 ordenados mínimos de cá para almoçar. Depois de amoço, ou de descansar um bocadinho, é capaz de valer la peine andar na roda gigante, para se ter uma noção. (eu não fiz isso, porque era caro e tinha de se esperar imenso tempo, além disso, se noutro dia se for passear para os Champs-Élysées, pode-se subir ao Arco do Triunfo e ver o efeito em estrela das avenidas, e depois de se descer, apanhar a Avenue d'Iena até ao Trocadéro e depois subir à Torre Eiffel, de onde a vista é de mais alto, como se diz quando não se tem nada para se dizer - se o último andar não estiver lotado. Isto, com poucas bichas, faz-se numa manhã, com muitas bichas, é mais difícil não ser apalpado, mas dá) Depois da roda gigante, compre-se umas castanhas assadas a um monhé que lá anda, porque não há quase castanhas podres, o que acaba por sair mais barato do que em Lisboa, onde se paga €2 por 11 cstanahs podres e uma boa (lá é €3 por umas quantas, não contei, ou €5 para eles se ficarem a rir de termos pago 5 euros por umas castanhas) e vá-se passear pelo Jardin des Tuileries, que vai dar a uma casotinha que diz que é o museu do Louvre, e que tem lá um quadro dum travesti a olhar de lado, desenhado por mais uma bicha, que acho que era muito inteligente, mas italiana, como pareceu à minha irmã ser a população de Paris. Não fomos ao Louvre, porque já toda a gente viu o tal quadro do travesti e a outra rapariga semi-nua sem braços nem pernas. Fomos, noutro dia (dá para ir a pé desde o Louvre) ao Musée D'Orsay, que, foi uma estação de comboios, mas estava tão bem decorada, que devem ter achado, nos anos 80 (1984, se não me engano, mas isso é só pesquisar no Google), que mais valia cobrar bilhete mesmo só para entrar e chama-lhe museu, há uma paragem de metro mesmo ao pé, portanto o comboio ali também não ia ter muita utilidade. O Musée D'Orsay tem umas coisas de que eu gosto muito, e que realmente era mal empregado estarem ali à mercê dos viajantes de comboio: colecções Naturalistas, Impressionistas e Expressoinistas. Vale a pena comparar o Monet com o Pissarro (descendente de Portugueses de Bragança, segundo a Wikipédia), têm quadros mesmo perto: parece que o Pissarro não tinha muito jeito e que fazia como as impressoras para chegar ao que o Monet fazia com meia-dúzia de pinceladas, mas não, o Pissarro era pointiista (não sei se é assim). De qualquer maneira, o expressionismo é o que eu gosto mais, do que lá vi: o van Gogh é uma espécie do representate, para mim, do expressionismo. A colecção naturalista (acho que no 2º andar) tem pelo menos um quadro vedadeiramente impressionante (Calvary, Nikolaï Gay, que, a meu ver, faz a arte sacra cair em si) e um giríssimo, a "Véspera do Exame", Pasternak.


Pronto, queria escrever mais, mas tenho de me ir deitar.


Ôrrevuar

Alta sociedade portuguesa

Acabei de ver uma noticia num mural do Facebook chamada Jovens da Alta Sociedade Portuguesa.

Como tinha de aceitar uma aplicação e eu não gosto de aceitar aplicações - até porque não é assim que se diz, mas eu nisto de escolher verbos sou muito liberal - fiz uma pesquisa no Google.

Procurei então jovens da alta sociedade portuguesa (no Google, não na vida real, e reparei que o afamado motor de busca sugere logo a expressão quando se começa a escrever) e o que foi devolvido (mais uma vez, fui liberal com o verbo) não foram imagens ou notícias de miúdos ou miúdas de 20 anos a andar de Ferrari, a ir às compras aos Emirados Árabes Unidos ou a passar o fim‑de‑semana em Nova York com um amigo mais velho. Eu ainda pensei "será que temos uma jeunesse dorée, tipo os filhos do Sócrates são amigos do filho da Margarida Rebelo Pinto e juntam-se em tertúlias onde discutem se para ganhar dinheiro é preciso ter qualidade e se a honestidade é um entrave ou uma virtude?".

Mas (não se começa assim uma frase, mas eu sou liberal) não! O que se vê não é tão chocante como o que pensei, mas já toca o ordinário.

Quando se procura pela alta sociedade Portuguesa no Google, aparecem gajas nuas!

5/17/2011

Inesperadamente

Reparei que há mais quem visite este meu blog do que o que eu pensava, até porque as visitas vêm de países diferentes, como Portugal, Alemanha, EUA e Brasil.

Parece que o meu "caro único leitor" afinal são vários, mas eu vou continuar a usar o conceito, especialmente porque gosto. Ainda por cima sei lá se não é mesmo só um, esquizofrénico e ubíquo - ou omnipresente, mas eu prefiro ubíquo, tem um ar menos religioso e aposto que daqui a 100 anos se vai escrever ubícu - especialmente se a palavra se popularizar.

Uma curiosidade: o post (agora no Blogger em português chama-se "mensagem") - a mensagem - que gera mais tráfego neste blog é uma que fala sobre a APEC e até deu direito a comentários - "Qual é que é o percurso da APEC de Chelas?". Por ter sido tão relevante nas minhas page views, vou responder:

Não sei.

Já agora aproveito e recomendo um blog bestial: http://www.tpcparaaconversa.blogspot.com/

Uma braço

5/14/2011

Agora com publicidade!

Caro leitor único deste blog! Agora o semqualquerideia tem também publicidade! Esta é uma maneira que eu tenho de controlar quantas pessoas passam por cá. Já agora aproveito, vou vendo o que é que apareceaqui anunciado e descubro o que é que o algoritmo do Google acha que interessa ao meu caro único leitor semqualquerideia.

Passai por cá. Tenho andado numa de blogar!

4/26/2011

Revolução dos Cravos

Caro único leitor,

Hoje foi o 25 de Abril nº 37.

E parece que afinal não valeu assim tanto a pena, não foi?

2/03/2011

Entre prenôr

Estou aqui num impasse vital, calculo que se chame assim, porque é [ia escrevendo "empasse", cavargonha] um impasse grande na minha vida.

Não é daqueles ou sim, ou sopas, aqui vou eu cheio de [patrocínio] pela janela abaixo.

É aquilo que um professor meu chamou "Quarter-Life Crisis", uma crise de quarto-de-idade.

É aquilo que acontece, não aos 40 e muitos, mas aos 20 e poucos anos, e como não dá para comprar meio Porsche, torna-se mais difícil de resolver.

É o problema de não saber o que fazer a seguir. Tooodos os dias acordo, entretido com os meus sonhos, onde caem aviões e há casas brutais com vistas lindas para o mar e o campo, e sou interrompido pelo pensamento mais intimidante que já me apareceu: "Ouve lá, oh, caramelo, andas para aí a sonhar, mas não te vejo fazer nada, e daqui a um ano é bom que estejas a trabalhar!"

E eu penso, "trabalhar, pois claro. Para quem? Os bons não me querem, os maus, não os quero eu! O que eu quero é fazer o meu próprio negócio!"

"E ficar rico, não? És igual aos outros todos"

"Vou mas é tomar banho e aproveitar a casa dos Pais, que quando for eu a pagar, vai demorar até ter uma televisão deste tamanho."

E pronto, anda mais um miúdo beto, semi-deprimido, com uma vida porreira, mas muito preocupado com o futuro a vaguear por casa, e às vezes pela rua.

Causa-mor

Desde pequeno que quero ser MUITO, mas muito rico. Até tenho aqui uns posts antigos que o confirmam.

Desde pequeno que estou habituado a querer-ter e até a ter-perceber-que-há-quem-queira.

É bom? É ÓPTIMO. O problema é quando o primero querer-não-ter é aos 20 anos. É muito grave. É a razão por que até se diz que os ricos de hoje foram os maus alunos de ontem (ou de há umas semanas) - ganharam persistência e maneiras de lidar com derrotas. Se eu me habituei a ter tudo o que me apetecia e até a ter o que nem sabia que era bom, mas tinha e pronto - e pior ainda, a conseguir o que queria com pouco esforço -, cheguei a uma altura na vida em que achei, "Claro! É só respirar!".

Entretanto, tenho vindo a ver que não é assim tão só respirar (eu teria citado: "só respirar", mas a frase é minha).

Tem vindo a ser uma grande maçada, para não dizer chatice e ofender camadas mais velhas e educadas da sociedade.

Agora que eu tinha percebido tão bem a utilidade do diafragma e dos pulmões, parece que afinal servem mesmo só para respirar. Pior ainda, respirar só me mantém vivo - e ainda preciso de comer!

Terei de fazer pela vida, mas tem de ser em grande (pelo menos para a escala nacional).

Então que mais, se não lançar-me? (não é da janela, é nos negócios)

Vou-me lançar!

Só que não gosto e não gosto mesmo dos exemplos à minha volta, salvo uns colegas meus.

Vou ter de ser eu, desde o 0? E se tiver de ser? O problema é: sozinho?

Se calhar estou lixado.
~
~Custo de oportunidade ou a vida de quem deixa passar:

Acordei, arranjei trabalho como trainee numa empresa gigante, onde deve dar para eu crescer até ganhar uns €3000 por mês daqui a 15 anos, ou então vou trocando de empresa. Não tenho tempo para a minha vida. Só a profissional, que é mesmo interessante. Noutro dia, um CEO convidou-me para ir ver uma aula de yoga. Estes tipos são fantásticos! Que freaks! Gostava tanto de ser como eles! Se ele me convidou, deve ser porque simpatizou comigo. Ai, como eu gosto que estes senhores importantes simpatizem comigo! Se calhar arranja-me lá um emprego novo! Será que me pede um curriculum? Agora vou trabalhar.

Cheguei a casa, ainda não foi hoje que tive tempo para dar comida ao gato. Qualquer dia o bicho morre. Ele bem pede festas. Aqueles cabrões agora querem pôr-me a fazer contagens. Mas que merda de coisa. Ai, que vida, se eu soubesse, tinha ido para Design, esses é que não precisam de uma gravata todos os dias, que malucos!

Pois, eu teria ido para Medicina. Agora já não dá.

Quero dinheiro.

Uma braço

11/02/2010

Um ano e tal

Venho aqui escrever, porque fui espreitar um blog de um tipo de quem eu esperava uma miséria e afinal é muito melhor que este.

Também vim aqui, porque já passou mais de um ano desde a última vez que aqui publiquei alguma coisa (tirando um comentário que aceitei há uns minutos).

É tardíssimo, mas apetece-me bastante escrever. Houve muita coisa a passar-se na minha vida durante este ano e pouco.

Nem sei por onde começar.

Comece-se, então a um nívl altamente abstracto a falar de coisas pensadas semqualquerideia:

caro leitor, jáalguma vez tiveste uma desilusão contigo próprio? Um acesso de "por que é que fui fazer isto?", uma sensação de "ai se eu pudesse não ter feito isto".

Isto, acho eu, é arrependimento. E para que serve o arrependimento?

Se eu fosse um padre, diria que o arrependimento (de cousas feyas) é um acesso grátes ao Céu.

Só que eu não sou um padre. Então, vejamos, de que serve o arrepedimento?

Melhor, vamos decompor o arrependimento:

Primeiro, temos a fase do erro: "Lálaralalááááa, aqui vou eu, cheio de [patrocínio]! E não sei quê e por alguma razão, não dissecada aqui, faço mal uma coisa"

Segunda fase - a identificação do erro: "Oh! O que é que e fui fazer? Que merda. Não era nada disto que eu devia ter feito, por duas razões mutuamente exclusivas (note-se que eu sou um tipo novo) (1) de acordo com a pessoa que eu me atodefini, não devia ter feito isto (2) na alturada fase 1 eu era mesmo um grande parvo e de certo ponto em diante, deixei de o ser, pelo menos, daquela maneira.

Terceira fase - a mensuração de efeitos: muitas vezes, os efeitos crescem com o tempo, ou aterram de uma vez em diferido (v. exemplo 1). A mensuração pode ser feita a priori ou a posteriori (antes ou depois de se sofrer os efeitos do erro).

[exemplo 1] no caso de o erro ter sido não pagar a água (meu caro único leitor, os exemplos são de profundidade 0, mas a base de análise tem alguma profundidade, garanto. Isto é resultado de um exercício de abstracção), o indivíduo não dá por que tem de se arrepeder até estar ensaboado na banheira, sem ter como tirar o sabão.

Neste exemplo, os efeitos aterram em diferido (depois do prazo para pagar a água) e a mensuração é feita a posteriori.

Com isto quero dizer, que muitas vezes as pessoas só se apercebem das primeiras fases depois da 3ª fase, depois de medir a gravidade do erro.

Fase 4: a emenda. "Agora o que é que faço". Normalmente, pede-se desculpa. Tenta-se mostrar que, sabendo o que se sabe hoje, não se teria cometido o erro, não por razão dos efeitos directos, mas porque, como ser humano, se evoluiu. Fundamentalmente, ainda bem que se cometeu o erro, porque muito foi aprendido com isso (v. exemplo 2)

[exemplo 2] Maria era uma boa menina. Um dia, Maria foi ao supermercado e (por ou sem querer) passou à frente de 3 velhas (Fase 1). As velhas fizeram um escarcéu gigante. (Fase 3:) A Maria pôde medir os efeitos do erro, perante o escarcéu. (Fase 2:) A Maria concluiu que não deveria ter feito o que fez. (Fase4:) A Maria pediu desculpa às senhoras, explicando que (a) não se apercebeu do que estava a fazer (b) pensou bem e concluiu que não devia ter feito o que fez e que não o voltará a fazer.

"Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido"

Com esta frase justifico a não-necessidade de continuar o processo de arrependimento para além do pedido de desculpas. No Pai-Nosso, pedimos o perdão segundo o perdão que damos. A base do que somos (da nossa "qualidade", chamemos-lhe isto) são as nossas acções, não as dos outros. Por isso é que os cristãos pedem o perdão, segundo o perdão que dão. Merecem, segundo a doutrina, segundo o que fazem, não segundo o que lhes é entregue. Um cristão que se arrependa e peça desculpa (sentida) a uma outra pessoa não tem dese preocupar com o facto de as desculpas serem aceites ou não. A menos que a racional do arrependimento esteja errada.

Se eu agir bem, tenho o trabalho feito. Se outro agir mal, azar. Não controlo as acções de terceiros.

Vou mas é deitar-me. Espero não ofender a comunidade cristã.

9/10/2009

da França com amor

Depois de uma grande bebedeira em Sao Martinho, de três dias de stress esquizofrenificante, de despedidas que pareciam velorios, eis que me encontro ao pé de Paris, a escrever no blog, sem todos os acentos, porque na France os teclados sao AZERTY.

Uma semana e um dia depois da minha chegada, tive tempo e vontade de vir aqui escrever. Nao é mau. Levei uma semana a ter saudades do meu inconsciente, que tento publicar aqui [com alguma censura].

Vou passar a descrever a minha viagem, saltando os pontos horriveis, tipo despedidas-quase-velorio. Ja agora so uma coisa para quem se for ausentar durante longos periodos de tempo: pela reacçao das pessoas, parece que vamos morrer, temos de manter o sangue-frio e em mente a ideia de que ainda estamos vivos e que nao planeamos deixar de o estar. No entanto, os ultimos dias na terra nao deixam de ser uma boa amostra do que seria se fossem os derradeiros dias na Terra.

Cheguei a Paris de aviao, nao sem antes, no Aeroporto de Lisboa, ter passado pelo tipico olha-quem-aqui-esta-!. Era a porteira do meu prédio velho, que é uma senhora amorosa. Estava a fazer companhia à amiga com um neto filho d'emigrante. O Nelson (o neto) era um verdadeiro Yves Saint-Mitra. O verdadeiro primo da França que vem no Verao e traz as Tendencias Mitra Outono Inverno. O Nelson trazia umas calças justas, presas com um cinto Louis Vuitton (talvez Luis Viton), um casaco justo e o cabelo em pé no centro e caindo para os lados (curto, assim tipo cachorro lambido). Ia ter com o Pai, que esta emigrado. Apanhou o mesmo aviao que eu. Voilà!

Que companhia melhor para mim no vôo que o Nelson?

O senhor que ia ao meu lado! Um talvez quarentao, que parecia nunca ter andado de aviao e cuja escapatoria para o medo era falar como se nao houvesse amanha - ele, provavelmente, achava que nao havia mesmo. Vinha mais o amigo de, pareceu-me, Val Paraiso (ao pé de S. Martinho!!!). Ia para o casamento da prima emigrante. Adorou as hospedeiras. Nao gostou tanto dos comissarios de bordo. Nao se calou o vôo todo. Diverti-me mais, quando entramos numa zona de turbulencia e ele quase em pânico: "mete ai o cinto se nao morres! F*****".

Entretanto aterramos (o tipo de Val Paraiso estava convencido que estavamos a aterrar numa Paris cheia de nevoeiro quando ainda estavamos na troposfera). Sai do aviao, esperei pelo Nelson (tinha 14 anos e era meio desorientado), fui buscar as malas, ainda com o Nelson, mas o Pai dele levou-o a seguir, arranjar um mapa do Metro (e RER - érre â érre) de Paris, ja sozinho, e seguir para Mennecy, um suburbio, do lado oposto ao aeroporto Charles de Gaulle. Cerca de 3 horas depois, cheguei a casa. Chovia. Meia hora depois de eu ter chegado, estava sol.

Conheci os meus anfitrioes, que me levaram logo a fazer o Navigo, que e o passe. 6 zonas, ou seja, vivo longe como o c. (mas em Outubro, acho que me mudo para o centro) e tenho de pagar mais de 100 euros. Para o mês que vem, deve ser so 50 e tal. 6 zonas tem a vantagem de nao ser preciso pagar mais para ir à Disney!

Isto tudo foi no dia 1 de Setembro, que começou de madrugada em Lisboa e acabou de noite, mas cedo, em Paris.

Dia 2 fui à Université Paris (IX) Dauphine, que é no 16eme. E num bairro chiquissimo, mas é um edificio tipo anos 1960, numa zona haussmanniana. Ou seja, é o patinho feio ali da zona. Inscrevi-me, foram simpaticos, resolveram-me os problemas que eu tinha na altura. Fiquei feliz, fui passear. Fiquei a conhecer a Avenue Foch, chiquissima, unicamente residencial (e com a embaixada de Angola num edificio lindo, mas mesmo espectacular), a Avenue des Champs-Elysées, o Jardin des Tuileries, o Jardin du Carrousel du Louvre, uma parte do Musée du Louvre e o que os peregrinos sentem quando vao a pé a Fatima. No segundo dia insisti e fui ao Sacré Coeur, andei por Montmartre, onde comprei uma agua Evian, que é fundamentalmente uma agua de garrafa que sabe pior que a da torneira, depois, se nao me engano ao Musée d'Orsay. Paguei no Louvre, nao paguei no Musée d'Orsay. Mistérios de uma cidade cosmopolita.

Depois fiquei dois dias sem conseguir andar muito. Aproveitei para conhecer Mennecy. Girissimo, parece Springfield (dos Simpsons), mas versao centro-europeia (a igreja tem um ar mais medieval e nao ha um ponto alto com vista sobre a terra. Tem um parque. Nao consegui passar da entrada, porque as pernas nao estavam com grande vontade. O parque, acho que é conhecido, é o Parc de Villeroy, se nao me engano.

Entretanto fim-de-semana e isso tudo. Eu depois conto, agora estou cansado.

Uma braço

6/30/2009

apeteceu-me

Apeteceu-me vir até aqui, ao belogue, que não foi assim que eu acordei - como dizem os que passam ao estado de vigília - escrever, porque eu, sou uma pessoa que escreve blogue, porque eu sou uma pessoa de princípios e acima de tudo um irmão de seu irmão, um amigo de seu amigo, colega de seu colega, vizinho de seu vizinho, um fã de seu fã, enfim, uma pessoa, bem, de - bem.

Ou não.

Não interessa. No fundo qualquer pessoa sabe que a seguir ao "eu sou uma pessoa que" não vem nada assim "de que muito se aproveite", como dizem as pessoas que não dizem nada que se aproveite. Tipo eu.

Gostas, meu caro único leitor, deste meu novo estilo estilo Miguel Esteves Cardoso (sim, duas vezes estilo)? Comecei agora a ler um livro dele. Eu acho que escrevo menos palavrões, mas o Miguel Esteves Cardoso tem um estatuto em que já pode tudo - e eu acho que merecido. E viram agora como escrevi ao meu estilo pessoal? Com travessões a meio das frases! É muito meu! É porque o elogio é a sério.
No entanto, distorcendo, escrever À Miguel Esteves Cardoso é um desfaio suficientemente desinteressante para eu tentar. A escrita de Miguel Esteves Cardoso, não acho desinteressante. A minha á que é, ora observe-se:

Capuchinho Vermelho

Eu estava no quarto a brincar. Uma brincadeira sem fim, como todas as crianças têm, acreditando-se presas naquela eternidade que é o tempo a passar, sem passar. A minha Mãe chamou-me. Foda-se. Tinha feito bolos. Dos que eu não gostava. Não eram para mim. Eram para a minha Avozinha, que estava doente.

Foi uma doença. Que nunca aconteceu, mas em que ela acreditou, como se fosse hipocondríaca. Mas nem isso era. Estava presa na velhice, como as velhas estão.

À espera da hora a que a mulher-a-dias devia chegar, mas não chega. Só para tomar nota que não chegou a horas. Sem nunca dizer nada. Refilar é para os novos. Um luxo dos que têm quem dependa deles. A vida é uma puta com o passar do tempo.

À espera da hora do almoço. E do lanche. E do jantar.

À espera do marido. Que morreu.

À espera de morrer, sem ver a hora.

A minha Mãe deu-me os bolos. Dos que eu não gostava. Que cheiro horrível. E tive de ir. O tempo embora parecesse não passar, era curto.

Quando dei por mim estava no meio da floresta. Nada. Ninguém. Uma clareira de Bétulas, onde vivia o cavaleiro da Dinamarca. Viveu. "Foda-se", pensei "Já me perdi". Segui em frente, em direcção a uns pinheiros, ou eucaliptos. Era indiferente. Até podiam ser ervas daninhas.

Apareceu um lobo. Alto. Bonito e esguio. Falava. Perguntou-me quem eu era, sempre com aquela autoridade dos guardas-florestais. Coisa que ele não era. "Onde vais, menina?". Onde é que eu ia? Com aqueles bolos que eu mal podia com o cheiro, não ia fazer um piquenique de certeza, mas ele, pensei na altura, não sabia e eu disse que ia a casa da minha Avó. Ele perguntou onde era. Mostrei-lhe o croqui. Ele fingiu que percebeu. Aproveitei, pedi-lhe orientações para o sítio. Eu estava perdida na clareira de Bétulas, onde Sophia de Mello Breyner Andresen colocara a casa de um Cavaleiro Dinamarquês. Ajudou-me com a expressão de quem tenta transmitir a convicção com que os polícias falam da lei, ou dos caminhos, ou do que é um agente de autoridade, como se o soubessem, mesmo sabendo que não os sabem, mas com medo de o admitir a si próprios, de ferirem a sua virilidade. Agradeci.

Cheguei a casa da minha Avó. Deitada na cama. Estava diferente. Estava feia. Peluda. Alta e esguia.

Não parecia estar à espera do que as velhas esperam.

Parecia estar à espera de bolos maus, dos que ela gosta. Como as bananas que ninguém come e que ficam maduras de mais, que lá em casa ficam para a minha Mãe. O instinto maternal faz gostar de fruta podre. E de muito mais coisas podres.

Não interessa agora.

Ela gosta, mas como velha que é, nunca espera nada. Não espera nada dos novos e úteis. Talvez nem mesmo a eutanásia. Sobrevive na dor. A dor de ter vivido feliz. Uma dor que é certa para todos os que chegam a velhos, mas que não é esta certeza que a conforta. Aliàs, não deseja aquela dor a ninguém. Só não quer incomodar. Mas incomoda. E ela sente-o. E para disfarçar isto é que a minha Mãe lhe manda bolinhos. Dos que ninguém gosta. Só ela. Dos que são feitos quase com desprezo, mas só para ela. Não dão muito trabalho. Eu que me foda e faça o favor de os vir trazer e ver este espectáculo.

Estava com os olhos grandes.

Era para ver melhor.

As orelhas grandes.

Para ouvir melhor. Os mexericos que ninguém quer saber. Só ela, para se entreter com alguma coisa que só a incomode a ela. Por que é que depois vai contar a quem não quer saber? Não sei. Ela também não.

A boca grande.

Para me comer.

Afinal tinha-me enganado. Não era a minha Avó, era o lobo. Se calhar enganei-me na casa. Como a criança que chega, olha à volta e tem de olhar outra vez, embasbacada com o Mundo. Gira e cai para tràs. É mesmo assim. É aprender. Foda-se, mas dói. Não foram vocês que acabaram de bater com o alto do toutiço.

Não, não me tinha enganado. Era mesmo o lobo disfarçado de Avó. Fodeu-se. A ganância dele foi mais pequena do que a do polícia que o quis seguir. Para fazer cumprir a lei. Uma lei em que ele não acredita. Ninguém acredita. Mas todos têm inveja de quem não a cumpre. Como todos temos inveja do Fausto de Goethe, que conseguiu enganar o diabo. Por trágico que o desfecho tenha sido.

O lobo acabou por morrer. Sem chegar a velho. A Avó sobreviveu. Condenada a viver. E a pensar na sorte do lobo, que morreu. Aqui presa mais anos. Que não acabam. Que não passam. Que quando tiverem passado, foram num instante.

5/18/2009

Como já seria de calcular

Cálculo II e Finanças. Et aprés Contabilidade de Gestão e Microeconomia. Talvez não por esta ordem.

Tenho exames dentro de uma semana e hoje estudei o meu rabo largo (my ass off - tradução cortesia de Google Tradutor Beta).

Só que ainda não estudei o suficiente. E como eu queria ser um tipo very professional, como se diz em Business, lá na Universidade New of Lisboa - Faculdade de Economics, vou estudar noite fora, noite adentro, venha o Tiago e escolha.

Foi muito giro este semestre! Correu, em termos intermédios, não mal, como eu reporto sempre à família. Foi interessante fazer trabalhos de grupo, cada um com um grupo mais diferente. Num fui o único rapaz, logo, o que gozava com a menina-explicadinha-que-tanto-fez-que-engatou-aquela-merda-toda, noutro, fui um dos rapazes, mas o que trabalhava menos, logo, o que gozava-com-os-dos-outros-grupos-que-eram-explicadinhos.

Também tive o prazer de poder apreciar o rego da Rafaela e a actividade vulcânica das costas da Susana. A Susana faz perguntas giras e interessantes e discute com os professores. Nós gostávamos que a Susana morresse. Descobri modas novas, como os rapazes que deixam crescer as unhas. É bonito. O LIDL é barato. Prefiro o LIDL.

Estão-me a ligar. Tenho de ficar por aqui, por muita pena que isto cause ao meu querido único leitor.

Uma braço

1/29/2009

Telles de Mello com 4 Ls

A família Telles de Mello com 4 Ls é uma família chiquíssima, como todos os primos devem saber.

A Mãe, Andre(i)a Telles de Mello é giríssima, engraçadíssima e é muitíssimo terra-a-terra. Como todos sabem, e adoram, tem uma conversa interessantíssima, que vai de Armani a Zara. Veio de Itália aos 4 anos, com os Pais, que entretanto morreram, achamos nós, não sei, para uma casa, pela conversa que ela conta, parece que no Estoril, não se percebe bem se é uma Ricciardi, mas parece que o apelido de solteira é Silva, que em Itália deve ser óptimo. Adora, adora, adora, 3 vezes ir à missa e acha os pobrezinhos uma coisa giríssima, menos aqueles de Leste muito escuros, assim parece que queimados do Sol e com olhos azuis que se penduram na janela do jipe dela a vender Bordas d'Água, que acha possidoníssimos, porque ainda por cima os Bordas d'Água não são originais, porque ela no outro dia viu na televisão, num programa, que não são. Não trabalha, claro.

O Pai, Afonso Maria Telles de Mello tem uma empresa, pelo menos é o que diz aos filhos, que vende pneus. Há quem diga que é uma garagem, mas ele garagem só conhece a dele, que tem um Bugatti antigo debaixo de uns cobertores e mais uns quantos carros giríssimos, assim tipo Rolls e mais não sei o quê, que parece que está sempre a trocar, porque cada vez que fala, diz que tem uns carros diferentes. De qualquer maneira, é tão giro e tão terra-a-terra, que vai trabalhar num Renault Clio 1.2 de 1994, giríssimo verde escuro, que comprou a um tio irmão do Pai, que já morreu, que pena. Afonso aposta numa educação religiosíssima para os seus filhos, mas preferiu pô-los em escola públicas, sei lá, para não ficarem muito estragados. Quer que os filhos, quando se formarem e forem trabalhar, não que precisem, mas depois o que é que haviam de fazer com tanto tempo livre, também vão de Renault Clio de 1994. A Mãe de Afonso Maria era uma querida, mas, tal como o Pai, que era educadíssimo, já morreu.

O Filho mais velho, Duarte Maria Telles de Mello segue as pisadas da linha masculina da família e está a tirar um curso giríssimo em que aprende a reparar carros, assim tipo curso profissional, que dá equivalência ao 12º. Antigamente havia imenso destes cursos e não tinha mal nenhum, mas com o 25 de Abril, aliás, desde que o Salazar caiu da cadeira, que isto este país vai pessimamente, quer dizer, cada um é mais sei lá o quê que o outro, e depois dão dois beijinhos e não sei quê e dizem que são "vermelhos", eu acho uma pirosada, uma coisa horrível e um disparate. Quer dizer, o Duarte não gosta de estudar, mas não é menos Telles de Mello por causa disso! Até antes pelo contrário, mas pronto. É religiosíssimo e adorava, adorava, adorava, ir de carro a Roma, como qualquer cristão deve. Duarte faz surf, geralmente nas Maldivas, o que é o máximo. Recusa-se a fazer surf em Portugal, que acha deprimente, porque a água é gelada e mais um monte de coisas que agora aqui não interessa. Infelizmente, tem imenso azar com as máquinas fotográficas, que perde sempre nos aeroportos, o que é uma pena, porque acaba sempre por perder os filmes de surf que faz com os primos nas Maldivas e nem um tem de recordação, coitado. Muitas vezes dá ténis velhos da Vans aos pobrezinhos, que adora, que usam para lhe atirar às costas, que para os pobrezinhos é um sinal qualquer de honra, não sei bem, mas é bom.

A Filha do meio, Maria do Rosário (Rosarinho) Telles de Mello adora o colégio e as amigas do colégio onde anda, que é um que há ali na Álvares Cabral. Os Álvares Cabral ainda são primos dos Telles de Mello, pelo lado do "es" do ÁlvarES e do TellES. Quando era pequenina adorava quando ia ao golf com o Pai apanhar bolas perdidas. Está a fazer o 11º ano há 3 anos, porque detesta estudar e agora, ainda por cima, usa-se imenso chumbar. Adora ir à missa com a Mãe e ajuda imenso na Paróquia. Canta no coro da missa e adora participar no ofertório. Só não gosta, na missa, da parte do beijinho, que além de pirosíssimo acha um nojo, sabe-se lá onde é que aquelas senhoras velhinhas andaram com as bocas e com as mãos, não é?

O mais novo, é o bebé da família, o Lourenço Maria Telles de Mello, já está crescidíssimo, da última vez que o vi, nem me dava pela cintura, agora está enorme, como dizia a Avó Dolores, que já morreu que pena, "espigadote" haha, antigamente era bem usar-se cada palavra "espigadote" haha! Anda sempre com uns amigos mais velhos, que devem ter imensos problemas de fígado ou não sei quê, que estão sempre com os olhos meios amarelos, meios encarnados. Seja como for, o Lourenço e alguns amigos adoram o golf e andam todos juntos no golf. Normalmente o Lourenço vai no lugar de trás ao meio, porque gosta, hã? Ah, ok, não se fala mais no golf. É azulão, pronto.

E pronto, aqui está uma família como deve de ser e mais não sei quê. É uma pena já não haver avós, mas pronto, morreram, ou preferem a vida do campo, que dá uma vida giríssima quase sem stress nenhum.

12/18/2008

Capuchinho Vermelho

Aproxima-se o Natal e, cada vez mais, apetece-nos escrever contos natalícios. Eu não me lembro agora de nenhum, portanto vou contar outra vez o Capuchinho Vermelho.

A mãe de Capuchinho Vermelho cozinhou umas merdas para a segunda levar à clássica figura da "Avózinha", que era uma senhora que vivia longe.

Capuchinho Vermelho, que embora o nome possa parecer indicar um rapaz, indica uma rapariga, aceitou o desafio de ir entregar o que quer que a sua mãe tivesse feito, a casa da avó, porque se tinham acabado as embalagens de correio verde e mandar por Fed-Ex ou DHL seria estúpido.

Então, abreviemos, Capuchinho, sai de casa com as merdas numa cesta, depois de dar um beijinho à mãe e segue em direcção a casa da "Avózinha".

Passadas umas centenas de metros, aparece um lobo. Capuchinho assusta-se, mas o lobo passa pacíficamente por ela, que conclui que os lobos são animais mansos e queridos.

Mais à frente, aparece outro lobo, mas este fala. "O que levas na mão, menina?" "Um GPS" "Ah! PAra não te perderes? Onde é que arranjaste isso, que eu queria ver se comprava um, da última vez que fui a casa da minha sogra nem imaginas, a velha vive num buraco..." "Desculpa, lobo, mas estou com pressa, tenho de ir entregar isto - mostrou a cesta - a casa da «Avózinha»" "Ah! Claro, não te maço mais"

E Capucho continuou.

De repente, aparece outro lobo falante
- Boa tarde, menina.
- Boa tarde
- O que leva na cesta ou a vida?
- Olhe, assim de repente, é que tenho andado um bocado deprimida-
- Oh Capucho, porra! Estás a fugir à história
- Desculpa, ok? É que tenho andado em baixo, já não se pode? Agora só se pode estar em baixo no programa da manhã?
- Calma! Bem, como é que vem aqui no guião? AH! Olha, linha 20, página 3. És tu a falar
- Ok, seguindo. Ai o Lobo Mau, que me vai fazer maldades
- Tens de dizer isso com mais espírito. Tenta com tudo em maiúsculas
- AI O LOBO MAU, QUE ME FAZ como é que era?
- Maldades.
- Ah! Desculpa, AI O LOBO MAU QUE ME FAZ MALDADES. Melhor?
- Era "que me vai fazer maldades, mas deixa estar". Prosseguindo. Não, menina, eu gostava só de comer o que tens na cesta. Quem é que escreveu esta merda? Isto dito assim, até parece mal, só faltava dizer marmita!
- Não sei. Vamos lanchar?
- Não, temos de acabar isto hoje.
- Ok. Deixe-me em paz, senhor Lobo Mau.
- Hehehe, deixarei?!
- Acho que não era bem essa a entoação, isso pareceu muito ordinário.
- Pá se te metes com essas merdas, nem daqui a um mês nos despachamos.
- Ok. Pronto, agora eu fujo e tu abrevias caminho.

Capuchinho Vermelho fugiu e o Lobo Mau abreviou caminho até casa da "Avózinha".

Truz-truz (olha, uma onomatopeia num conto de Natal! Que chique!).
- Quem é? - pergunta a "Avózinha"
- É a sua neta, tenho aqui umas merdas para dar a você.
- Ah, sim, filha, entra, entra, estou no quarto. GASPAR! ABRE A PORTA À MINHA NETA.
- Sim, senhora.

Chegado ao quarto, o Lobo Mau comeu a "Avózinha"
- Pá, não vou comer a velha, desculpa lá.
Não é esse comer, estúpido. É o outro.
- Ah! Tipo comida!?
Sim, mas engole de uma vez, que ela ainda vai ter de sair da tua barriga.
- Ok.
Então, o Lobo Mau comeu a Avózinha, no sentido não ordinário.

Truz-truz.
- Quem é?
- Capucho, neta da Sra. D. Dolores, Gaspar.
- Mas a menina não tinha acabado de...
- Deixa entrar a miúda, Gaspar, que indiscreto, disse o Lobo, mascarado de "Avózinha"
- Sim, senhora.

Capucho entra no quarto da velha, ajeita os óculos, tinha tido um problema e naquela semana não podia usar lentes, então usava os óculos de quando era criança, que, convenhamos, estavam desactualizados.

- Ai, Avó! Que F tão grande!
- Não é um F, filha, é um E, tens de rever a graduação desses óculos.
- Sim, Avó, mas agora que olho para si, que nariz tão grande!
- É nariz de judeu, também vais ter quando cresceres, ou achas que isto não toca a todos?
- Oh Avó! E que orelhas tão grandes!
- Oh menina, hás-de ter muito a ver com isso!
- Oh Avó, mas para que é essa boca tão grande?
- PARA TE COMER!!!
- Não que eu nunca tenha pensado nisso, mas isso não é incesto?

E o Lobo Mau revelou-se e tentou comer Capuchinho. Aqui usei o diminutivo, porque estáa ser vítima.
- Obrigadinha, que atencioso.
De nada.

Capucho correu, e, com gaspar deram um Xanax ao Lobo, que, pouco habituado, adormeceu.

Chamaram um caçador e não sei quê e tiraram a "Avózinha" de dentro da barriga do Lobo e acho que entregaram o último a uns mafiosos, que lhe encheram a barriga de pedras mais densas do que água e o atiraram a um rio. Seja como for, deve ter-se safado, porque continua vivo no imaginário popular.

A "Avózinha" comeu os bolos, passado pouco tempo morreu. Capuchinho manda beijinhos. O Lobo Mau abriu um negócio de restauração, com bastaste sucesso. Reformou-se cedo e agora vive dos rendimentos nas Seychelles, com a Loba Má, uma modelo ucraniana.

Todos juntos e despidos

O HI!5 (Olá!5) é uma grande ferramenta, que actua a nível pretensamente mundial e que serve para construirmos as redes com as nossas connects, para nos expressarmos (viva a Liberdade de Expressão. VIVA!) geralmente com erros de ortografia, para verem o sociais que somos, ...

Descobri também que para padrões do século XIX (xis i xis) a minha dormida com a Mãe de dois colegas (eram irmãos) da primária afinal não foi muito mais puxada que ligar o computador e ir ao HI!5 - tive um ataque de asma e a senhora, que pediu para ficar anónima, levou-me para a cama dela, porque no quarto dela havia menos gente a respirar o mesmo ar.

No século XIX, uma senhora mostrar um joelho a um homem era um acto de PORNOGRAFIA! CRUZES! ÁUGUINHA BENTA! ISTO VAI DE MAL A PIOR! ONDE É QUE JÁ SE VIU?! ANTES DO CASAMENTO!

Hoje, trocada a ordem dos xis e do i, no século XXI (xis xis i), vou ao HI!5 e vejo tudo, menos o que interessa.

Será que se reduziu a noção do que "interessa"?

Se o Mundo continuar a seguir este comportamento, eu gostava de reencarnar numa altura em que "o que interessa" abrangesse o mínimo possível, se faz favor.

Vaquinhas, vaconas magrinhas, magronas

O Tio Manel tinha uma quinta, que estava a pagar em prestações ao BPN.

As vaquinhas que o Tio Manel tinha na quinta davam leite e quando as assassinavam, também dava para se venderem para carne.

Como o Tio Manel era um homem com grandes aspirações, também tinha umas plantações.

Para conseguir o empréstimo, teve de dizer que as plantações eram de marijuana, mas na verdade só lá plantava coisas chatas e sem graça, tipo cereais.

Do negócio das coisas chatas e sem graça, do leite e da carne de vaca, o Tio Manel fazia uns dinheirinhos, que depoisitava na sua conta à ordem do BPN e todos os anos metia um bocado de parte para amortizar o empréstimo mais do que o previsto no contrato.

Os senhores do BPN engataram aquela merda toda e agora o Tio Manel tem de pagar o empréstimo, mas não pode mexer nos seus dinheirinhos.

Pobre Tio Manel.

Eis se não quando, aparece, com uns grandes óculos escuros e varrendo o chão à sua frente com uma bengala branca, a Justiça. A D. Justiça diz "Manel, não te preocupes, os tipos hão-de pagar" "Justiça, eu estou aqui deste lado" "Ah, desculpa, querido, é que isto neste sítio aqui com os barulhos fico meia destrambelhada. Como estava a dizer, querido, os tipos lá do BPN vão pagar" "E como?" "Vão pagar multas", disse a Justiça.

E depois o Tio Manel mandou a justiça à merda.

8/25/2008

assim assim

"Assim assim", que título tão intelectual!

Estava com a ideia de começar o post com a frase "O meu Pai disse-me noutro dia que há pessoas que não prestam e eu não acreditei", mas como gosto mais de ir escrevendo - semqualquerideia - não comecei assim o post.

Mas de facto o meu Pai, ou como se diz quando se é pretensioso "o Pai", disse aquilo e eu, de facto, não acreditei.

Achei que há sempre salvação. E ainda acho que há sempre salvação, mas às vezes dá tanto trabalho e é-nos tão inacessível que talvez mais valha esquecer essas pessoas, fazer como se elas não prestassem mesmo.

Parece mal e chato. É mau e chato, mas se pensarmos que aquelas bestas não prestam para nós, como eu faço, penso "esta besta não presta para mim" podemos completar o pensamento com "mas presta para outros" e assim ficamos livres de remorso, desde que não nos ponhamos a tentar virar gente contra os não-prestantes.

Actuar contra os não-prestantes é giro. Eu gosto muito de mostrar afecto, mas apenas às pessoas de quem gosto. Às pessoas de quem não gosto é muito giro fazer declarações de ódio. Quando se fundamenta o ódio ainda é mais devertido.

Que horror de coisa que este anormal está aqui a escrever, pensam algumas pessoas. Eu também pensei isso de repente, mas note-se: vivemos em sociedade, portanto é muito melhor ter as coisas esclarecidas do que andar a ser cínico e a pisar em falso. Quando se fundamenta o ódio e se diz: "eu não gosto de ti, porque ..." gera-se o oposto do cinismo e, melhor, encaminha-se a pessoa. Se me dissessem "Eu odeio-te, porque andas um desonestão" eu repensaria as últimas coisas que tivesse feito e podia ser que ao fim de algum tempo o mesmo que me odiava já fosse meu amigo.

E lá estou eu a falar em segundas oportunidades...

Agooora, quando se pede desculpa, se explica e as pessoas insistem, então aí cria-se um sitiozinho no cérebro que provoca vibrações extremamente desagradáveis. Aí dá mesmo vontade de desistir e de ser malcriado. A segunda é o que eu faço.

Eu ao menos assumo que não sou educado.

Pessoas que não prestam são muitas vezes aquelas que acham que ser educado é chamar-se Gama e Sousa da Mãe e Proença Telles com dois éles do Pai. E não ser educado é ser-se o Fábio Silva que até é bom rapaz e que se esfola a trabalhar para aguentar o papá e a mamã que têm uma doença que mais cedo ou mais tarde os vai matar e que já não os deixa trabalhar para ganharem o que os "educados" chamam uns trocos, mesmo que não tenham nada.

Não, queridos, eu não vou aqui por-me a dizer o que é ser educado, porque não sei, mas pensando chega-se facilmente à conclusão que ninguém tem culpa daquilo que os Pais fazem, quanto mais motivo para se orgulhar do que os avós fizeram! Ser educado tem, claramente, a ver com o nível e o sucesso da vertente educativa [ui...] dos Pais, mas não tem nada a ver com o nome nem com a casa onde vivem. Há uma graaaande família cá em Portugal que tem elementos que adoram dizer "pois e quando voltámos da Riviera francesa fomos para Paris fazer compras..." que é descendente de uns trolhas que tiveram a sorte de os senhores se terem extinguido e terem deixado tudo ao feitor. Depois, esta mesma família tem elementos que são encantadores.

Mas pronto, um Gama e Sousa (não sei se existe, inventei) a dizer palavrões tem pinta e não faz mal, já um Silva é um nojo!

O que eu quero dizer é que vivemos em sociedade e temos de nos relacionar com toda a gente. Encontra-se gente que presta e que não presta em todo o lado. Agora, é péssimo dizer-se que A não presta, porque a Mãe dele é sopeira e que B é o máximo, porque o tetra-avô era cunhado de um que era de uma família que ainda tinha ligações com a casa real de um país qualquer. Temos de saber conviver uns com os outros e, quanto a mim, temos de deixar as pessoas perceber quando não gostamos delas. Se não acontece como me aconteceu: uma gaja nojenta que achava que era minha amiga que se sentiu traída por mim, quando eu reagi por ela me ter vindo dizer que os meus amigos eram não-interessa-aqui-o-quê.

Portanto, caro único leitor, se alguém de quem não gostes te disser, como me acontece, "ai! És tão má língua! O que será que dizes de mim às outras pessoas?" faz como eu e diz a verdade "Eu só digo mal de quem eu não gosto, a não ser que seja de um amigo comum e haja motivo para dizer por preocupação - mas aí não considero que seja dizer mal. De ti digo que não gosto, que és... e ... e que não prestas e que não és gente" (depois pensa-se "para mim, pode ser, e espero que seja, que sirvas para outras pessoas").

Pode ser que um dia nos compreendamos a todos, mas uma coisa é certa, deve-se dizer a verdade às pessoas. Já desia o polvo, quem nada deve, nada teme. (salvo em casos que envolvam somas avultadas de oiro e diamantes)

6/11/2008

Aaaai as nossas vidas...

Os senhores camionistas, ou os patrões deles e eles aproveitam para assar umas febras no carvão num parque TIR perto de si estão de greve.

Podiam estar de esperanças, mas a greve, de facto, parece ser mais eficaz.

Eu estava com alguma esperança que este País estivesse à beira da ruptura, mais uma vez. Este século ainda não houve assim nada de especial em Portugal.

O mais divertido de tudo é que o problema parece ser externo, mas será mesmo... (eu não pensie, ainda não sei a resposta).

Temos visto o pitroil a subir de preço, os Dólares a desvalorizar face aos Euros, a oferta de petróleo relativamente estável, mas a especulação doida e maluca. Foi bem feita que a Galp já comprou futuros caríssimos e agora o petróleo voltou a desvalorizar - de qualquer maneira quem se lixa somos nós, os pequenos investidores...

Para quem compra em Euros, no entanto, seria estúpido estar a pagar tanto pela gasolina. Se há uns anos, quando ainda se podia assumir isso ao ar-livre um dos sócios de uma cimenteira disse a um professor meu que era TRÓBVIO que se combinavam preços no cimento, mas quer dizer, só se fôssemos uma bestas, não? e provavelmente hoje em dia ainda se faz isso, só se quisessem defraudar os accionistas é que os senhores da Galp não combinariam preços com os senhores da BP, da Repsol, talvez da TOTAL e as outras poucas que há - é tão fácil e dá tanto dinheiro! Ainda por cima com as costas quentes do lado do Estado, que tem acções da Galp e farta-se de ganhar dinheiro com os impostos... Mas pronto, eu não quero acusar ninguém, só quero mostrar que já não se acredita em Autoridades da Concorrência, Estado, Petrolíferas, ...

Bem, mas o que é que eu gostaria de dizer? Não sei, vou divagar... O petróleo está caro e vai acabar, o que só nos obriga a depender cada vez menos dele. Não acho mal que não se baixem os impostos sobre os produtos petrolíferos, mas não acho bem a hipocrisia com os biodieseis nem com as energias renováveis faça você mesmo, mas não abuse, se não depois a EDP ainda se lixa, porque tem de vender mais barato do que lhe compra... De facto tem de se reduzir a dependência do petróleo, tem de se desenvolver tecnologias, (por que não exclusivamente Portuguesas, somos bons nisso!) que nos permitam ser produtivos na mesma, sem "gastar gasolina"... Isso é possível, não aqui a 3 ou 4 anos, mas talvez a 10 anos seja realizavelzíssimo! Por que é que não se trabalha num carro português eléctrico? Num biodiesel industrial para os camiões não fazerem greves? Num imposto alto sobre o petróleo, mas baixo sobre as energias alternativas (depois logo se sobe quando estivermos mais agarrados às alternativas...) em montes ed coisas perfeitamente acessíveis, que darão montes de massa a ganhar a muita gente e a políticos desonestos? Estou-me na tinta para que me roubem, desde que não me roubem demais como se está agora a passar com tudo o que mistura Estado e Petróleo...

Há uma solução. No entanto tem de se ter calma. Vamos ter de eliminar a dependência do petróleo, mas até lá, sempre podemos, à medida que vamos gradualmente reduzindo a fome do oiro negro, ir lidando com o problema da especulação no Petróleo - no fim, no limite, ser-nos-á indiferente...

Quanto às commodities, meus caros é uma questão de se fazer agricultura a sério. São as nossas revoluções necessárias, a das energias renováveis e a da Agricultura... Somos uns price-takers, se pudermos produzir para nós já não é mau, escusamos de nos endividar ao exterior e sempre podemos exportar o que sobrar para ganhar uns trocos. Mas ainda estamos longe. A 10 anos e uma redução da corrupção talvez...

Agora, quanto à greve dos camionistas, acho que tem mais a ver com o estado de sítio em que esta porcaria deste governo nos deixou chegar (não que eles tenham agido activamente para isso, são pouco espertos, coitados e aquele Mário Lino, se aquilo pode ser ministro alguma vez? Malcriado, bruto, um nojo. O da agricultura (Jaime Silva?) outro incompetente que não percebe que tem de orientar e defender os agricultores e pescadores, só sabe chamar-lhes ladrões bichas brutas, mais devagar, mais devagar, oohhh sim... ai se ele soubesse dos camionistas todaaass ia para a administração interna! E os polícias, ai filhaaa!!!) e a especulação internacional com o petróleo e as commodities (que em português têm um nome fácil, mas do qual eu não me lembro agora, peço desculpa). Esta greve é, a meu ver, o estalar do que já estava para acontecer. A mim apetecia uma guerra civil, uns meses no alentejo a tratar do campo e depois um governo com visão, que nos deixasse viver as nossas vidas e nos orientasse para o que devemos fazer para nos sustentarmos, mas também não encontro ninguém capaz de fazer isso com a naturalidade que é preciso.

Não nos venham é com ditadores e esses disparates, que Portugal é um País, tem de dar para os Portugueses, tem de ser governado PARA os Portugueses todos, não pode ser um quem está mal mude-se...

Vamos ver como é que as coisas correm...

(nota-se que ainda sou muito novo e burro, não é, mas pronto, é a minha visão, ao menos é o que eu penso, querido único leitor, por favor diz se achas um disparate ou que já estou entregue a alguma escola de pensamento ou assim...)

4/07/2008

Profecia

O Francisco vai deixar Gestão por Medicina. E o que está escrito nos blogues não se contraria.








(Vamos lá ver se sai daqui uma self-fulfilling prophecy...)